Após um hiato de onze anos, o público recebe um longa metragem protagonizado pelo personagem "Gato de Botas", um dos destaques da franquia Shrek. Apesar de compartilhar certos elementos como temas musicais, a personalidade característica que já está no senso comum, a exploração do ser felino por parte da narrativa, o humor irreverente e mais específico a releitura de fábulas e contos de fadas.
Entretanto se o primeiro soa protocolar e com narrativa entre a timidez e o convencional. O segundo rompe com essas características através de alguns elementos.
Entre cenários coloridos, ricos em detalhes e muito distintos entre eles. A experimentação de técnicas de animação entre o 3D e o 2D, o design imaginativo e fora do habitual para recriar personagens característicos dos contos de fada como "Cachinhos Dourados e os três ursos", cortes e transições lúdicas que ditam o ritmo lúdico e fluído do longa.
A narrativa consegue conciliar o retorno e a referencia alguns personagens e consegue introduzir outros tanto de versões repaginadas, quanto um dos novos protagonistas, Perro, que imprime leveza e empatia, sendo um companheiro relevante para o andamento do filme e um antagonista forte e amedrontador como O Lobo.
Apesar dos acertos, o filme ainda recorre a algumas soluções previsíveis e recursos tanto de humor quanto forçar o envolvimento romântico do Gato de Botas e Kitty Pata Mansa. A dublagem viabiliza leituras interessantes e imprime personalidade e a vibração dos personagens, mesmo que existam pequenos desníveis.
Gato de Botas 2: O Último Pedido é um longa que traz divertimento e consegue explorar com leveza e humor afiado que não apenas agradará o público infantil, traz escolhas ousadas para o público que mira e consegue extrair o potencial das figuras retratadas. Despontando como uma opção promissora para o espectador que quer apreciar um filme de animação e reflete pelo alcance tanto em bilheteria expressiva ainda em andamento quanto a indicação ao Oscar de Melhor Filme de Animação.
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